noticia-4A Coppe/UFRJ celebrou nesta quinta-feira, 27/11, a cerimônia de entrega do Prêmio Coppe Giulio Massarani – Mérito Acadêmico 2014. A premiação, criada em 1998, é um reconhecimento ao trabalho de docentes que se destacam pela produção acadêmica e formação de recursos humanos.

Nesta edição, foram premiados os professores André Lucena, do Programa de Planejamento Energético (PPE); Argimiro R. Secchi, do Programa de Engenharia Química (PEQ); e Marcelo Savi, do Programa de Engenharia Mecânica (PEM).

O bom humor, que seria a tônica da cerimônia, se fez presente logo no discurso de abertura, proferido pelo vice-diretor da Coppe, Edson Watanabe. Após sugerir à plateia que confira os perfis dos premiados no Planeta Coppe Notícias, no site da Coppe, Watanabe fez divertidos comentários sobre eles, começando pelo André Lucena, o professor mais jovem.

“Uma frase me deixou preocupado: ‘Estou sem tempo para praticar alpinismo e jogar capoeira’.É importante praticar esportes. Acho alpinismo um pouco perigoso, capoeira é mais seguro. Você é jovem e espero que tenha tempo para praticar seus exercícios”, brincou o vice-diretor, sem esquecer-se de implicar com os demais laureados: “Argimiro tem um defeito, é colorado. Savi tem um pior ainda, é botafoguense”, disse, provocando risos de todos os presentes. Exceto, claro, de torcedores do Internacional e do Botafogo.

O diretor de Assuntos Acadêmicos, Fernando Rochinha, explicou que premiações dessa natureza fazem parte do rito acadêmico, da busca pela excelência. “Eles (os premiados) têm contribuído muito, não apenas com a produção acadêmica, mas na orientação e motivação de estudantes, e também na gestão acadêmica”, reconheceu.


Jovem protagonismo

argimiro 1Alexandre Szklo, professor do PPE e padrinho de Lucena, destacou que a conquista do Prêmio Giulio Massarani orgulha a família e envaidece os amigos do agraciado, o qual cumpre todos os requisitos de rigor científico e comprometimento que norteiam a instituição.

“Há uma frase que o Andre sempre diz: ‘vamos com tudo!’”, revelou Szklo. De acordo com seu ex-orientador,Lucena segue a própria recomendação à risca: tornou-se internacionalmente reconhecido com sua tese de doutorado e estabeleceu parcerias internacionais, sempre assumindo protagonismo nas mesmas. Recentemente, foi relator do 5º Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “André é modesto, e espero que não perca essa qualidade em suas navegações pelas fronteiras do conhecimento. Que a Coppe se construa, André, com docentes que nem você”, enalteceu o padrinho.

Lucena se mostrou feliz e ao mesmo tempo surpreso por ter recebido esse prêmio ainda tão jovem. Destacou ainda que a carreira docente o premia todos os dias. “Ver os alunos interessados, pedindo orientação, querendo saber mais, ver a sociedade se movendo em direção a um mundo menos carbono intensivo, mais sustentável. Isso é gratificante. São os alunos que colocam os professores para frente e não o contrário”, afirmou o professor, que dedicou o prêmio ao seu tio Carlos José Pereira de Lucena, professor emérito da Pontifícia Universidade Católica (PUC), presente à cerimônia.


Filosofia oriental

argimiro 3Os discursos de Lucena e Szko fizeram com que Marcelo Savi se lembrasse de seus sonhos. “Tanto os descartados, quanto os que realizei. E o que vivo hoje eu sequer sonhei”. O professor fez questão de dividir os louros da honraria recebida com seus alunos, colegas e coautores, enfatizando que o conhecimento acadêmico é uma construção coletiva. “Como ensina a filosofia oriental, em cada situação há a semente do seu oposto. Cada triunfo é efêmero, é por isso que irei comemorar muito e depois retomar o trabalho, como sempre”, ressaltou. Na avaliação de Arthur Braga, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da PUC-RJ, seu “afilhado” Savi fez por merecer a premiação, que reflete a liderança que ele tem em sua área de pesquisa, e que espelha também a qualidade dos alunos que orienta.

Interessado, desde jovem, no funcionamento de carros e motos, Marcelo Savi concluiu, aos 22 anos, o curso de Engenharia Mecânica na Universidade Santa Úrsula, em 1987. Dois anos depois, terminou o mestrado no Instituto Militar de Engenharia (IME) e, em 1994, concluiu o doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), ambos em Engenharia Mecânica.

Convicto de sua opção pela carreira acadêmica, Marcelo não hesitou em deixar o Rio de Janeiro, em 1994, após concluir o doutorado. Ao lado da esposa Raquel, com quem havia casado um ano antes, mudou-se para a capital do país, onde lecionou por três anos na Universidade de Brasília (UnB). De volta ao Rio, em 1997, foi professor no IME nos seis anos seguintes. Em 2002, Marcelo ingressou no Programa de Engenharia Mecânica da Coppe.

 

“Overdose” de vida acadêmica

argimiro 2Dizendo não desfrutar da mesma oratória dos demais, o professor Evaristo Biscaia, do PEQ, apresentou seu afilhado, Argimiro Secchi, como se estivesse ministrando uma aula. A apresentação serviu como uma breve biografia e contou com fotos infância de Argimiro, gráficos, informações acadêmicas, tudo devidamente intercalado com observações bem humoradas de Biscaia. “Ele nasceu na cidadezinha de Getúlio Vargas, foi criado em Passo Fundo, e já tinha a mesma cara de hoje”, diverte-se o padrinho.

Argimiro mostrou-se orgulhoso por receber um prêmio que leva o nome do eminente professor Giulio Massarani, “que deixou uma lacuna com sua morte”, e agradeceu a Biscaia pela contribuição dada por este à Engenharia Nacional. O professor se disse grato, também, à família, pela paciência com a sua “overdose de vida acadêmica”, e ao Programa de Engenharia Química, por recebê-lo de braços abertos, após uma passagem de 16 anos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A passagem de Argimiro pelos Estados Unidos foi destacada por Biscaia. Sobretudo, as pesquisas que resultaram no Diferential Algebric Wareform Relaxation Solver (DAWRS), qualificado por Biscaia como um trabalho revolucionário. Biscaia finalizou sua apresentação comparando Argimiro com Mário Quintana, em sua modéstia e timidez, que escondem, tanto no poeta quanto no acadêmico, a eterna insatisfação com a própria obra e o perene desejo de aprimorá-la.


Confira as fotos do evento: http://on.fb.me/1GanJ4D
Fonte: Planeta Coppe

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