O diretor técnico do Centro de Inmunología Molecular (CIM) de Cuba, Ernesto Chico, profere palestra na Coppe/UFRJ, amanhã, sexta-feira, 31 de julho, às 12h10, sobre a experiência cubana no desenvolvimento e uso de biofármacos já testados no combate ao câncer. Trata-se de uma vacina terapêutica e um anticorpo monoclonal - derivado de um único clone, selecionado dentro de um conjunto de células híbridas- ambos em testes no Brasil e na Europa.

A vacina cubana é indicada para quem já tem a doença. Os testes clínicos comprovaram sua eficácia em estabilizar o câncer de pulmão, um tipo muito agressivo de neoplasia. Já o anticorpo monoclonal é dirigido a algumas moléculas na superfície da célula tumoral, fazendo com que ela pare de crescer, tornando-se mais suscetível a radio e quimioterapia. O anticorpo monoclonal é usado no combate ao câncer cerebral (inclusive, tento conseguido, em alguns casos, a remissão completa de câncer cerebral infantil), de estômago, de cabeça e pescoço, e há estudos avançados que atestam sua eficácia contra câncer de pâncreas.

A palestra faz parte da programação da “Sixth International School on Production of Biologicals using Animal Cell Cultures” que termina , amanhã, dia 31 de julho. Promovido pela Coppe/UFRJ, o evento reúne especialistas de 13 países sobre o tema.

Saiba mais sobre o evento e confira a programação no Planeta Coppe clicando aqui

Medicamentos se tornaram exceções no embargo norte-americano

As conquistas recentes da pesquisa biotecnológica cubana obtiveram repercussão internacional. Já estão em curso ensaios clínicos avançados na Europa (para a vacina) e no Japão (para o anticorpo monoclonal). O sucesso levou o Congresso norte-americano a aprovar exceções ao longevo embargo econômico imposto à ilha caribenha, para a realização de provas clínicas nos Estados Unidos.

O centro cubano possui parceria com pesquisadores da UFRJ na pesquisa tecnológica e na formação de estudantes de pós-graduação, entre eles a professora Leda Castilho, do Programa de Engenharia Química da Coppe, e o professor Ricardo Medronho, da Escola de Química (EQ/UFRJ)”, destacou o diretor.

Sobre biofármacos

Produzidos apenas por um pequeno número de países, os biofármacos respondem por cerca de 20% das vendas da indústria farmacêutica mundial, aproximadamente US$ 160 bilhões em 2014. Os produtos biológicos são, em alguns casos, uma alternativa aos medicamentos convencionais produzidos por síntese de substâncias químicas. Em outras situações, eles são a única terapia disponível.

O Brasil gastou, em 2012, em torno de R$ 4 bilhões na compra desses medicamentos e o governo é responsável por 60% dos medicamentos biológicos comprados no país, que são distribuídos gratuitamente através do SUS.

Fonte: Planeta Coppe

Apoio / Parceiros

coppe55peqfaperjcnpqfinep-nova capes